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Os homens não sabem lidar com a mulher liberada?

Continuação da entrevista de Flávio Gikovate, analisada por Georgia maria.

Você costuma dizer que os homens estão perdidos e não conseguem lidar com a nova mulher. Por quê?


Flávio — Porque as mulheres avançaram muito, ao longo dos últimos 40 anos, nos territórios de poder tradicionalmente masculinos. Avançaram na sua independência econômica, intelectual (hoje são 60% dos estudantes universitários em todo o mundo), ocupando cada vez mais as posições de destaque no chamado espaço público. Ao mesmo tempo, não abriram mão de seus poderes tradicionais. No livro novo escrevo que fizeram tudo isso ao mesmo tempo em que, nas praias, os biquínis só diminuíram. Ou seja, mantiveram - e até mesmo ampliaram - o tradicional poder sensual através de uma liberdade erótica que se manifesta também pela via do exibicionismo e também na forma de expressar a liberdade sexual que só cresceu com o advento da pílula anticoncepcional. Os homens, que pouco fizeram, afora ficarem perplexos, ao longo desses mesmos 40 anos, estão atônitos e um tanto parados. Estão cada vez mais no computador, preferindo o erotismo que assistem (ou interagem virtualmente). Estão com medo dessa nova mulher mais forte que eles e que, diga-se de passagem, também nem sempre se interessam por aqueles que elas não conseguem admirar como mais competentes que elas. Estamos numa encruzilhada.




Outro problema grave, que as leitoras pedem e imploram por ajuda: como elas sendo tão lindas e maravilhosas, inteligentes e competentes, se casam com homens que as trocam, por sexo virtual ou por outra mulher? Será que os homens não sabem lidar ou nem mesmo a mulher sabe o que fazer com toda a sua liberdade e segurança? Acredito que passamos por um período de impasse, em que a mulher querendo conquistar seu espaço e respeito, ainda tem que usar de artifícios femininos e sexuais para conseguir o que quer, e aí, confunde a cabeça do homem. Pior, a sua própria também.

É, é uma encruzilhada. Nessa história, ouso comentar que Gikovate ainda foi gentil, pois o problema também está em muitos casos, na prepotência que essa mulher trata esse homem, por querer se impor e não ser passada pra trás. O engraçado é que justamente, por se impor tanto, o diálogo entre os casais fica complicado. Parece que essa “evolução” sexual da mulher e a necessidade de se impor perante o homem, tornou sim, homens preguiçosos, porque ainda existe muita mulher que faz o que ele quer (sexo e admiração) sem abrir muita a boca e sem discutir muito a relação (claro, até a coisa ficar séria). Ou seja, a encruzilhada em que chegamos é essa: todos sabemos o que queremos, usa-se muito as estratégias de persuasão  e mesmo assim,caímos no mesmo conto do vigário: achamos que vamos dar conta dos nossos sentimentos. Um quer se sobrepor ao outro de alguma forma e ninguém quer ser dominado. No fundo, as pessoas querem respeito pelo que sentem, sem que um se imponha sobre o outro. Mas, como disse Gikovate na pergunta anterior, na maioria dos relacionamentos, uma vai sempre ser o egoísta a se sobrepor sobre o generoso. E o círculo vicioso infeliz segue seu rumo

A solução que eu vejo é utópica. Seria que todas as mulheres se dessem ao respeito e não houvesse concorrência, houvesse união. Mas não adianta, quando muitas lutam pelo seu espaço e outras, se aproveitando da ocasião. Agem de maneira contrária, fazendo com que os homens se iludam ao achar que vão encontrar quem faça o que eles querem, nem que sejam usados a la "Nessaham Alita" e suas técnicas ridículas de como seduzir antas e otários. E aí, mulherada, vamos nos dar mais valor e deixar de agir como "periguetes"?



Georgia Maria
Sexo/Relacionamentos/Dicas

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