
Jason Kenagy, vice-presidente de produtos da Brew MP, foi direto ao ponto: “não é só colocar uma tela sensível ao toque e chamar de smartphone”. Nos celulares de hoje, o hardware é importante, claro, mas o novo rei do pedaço é o software. A velocidade do Android, a beleza do iOS, a praticidade do WP7, todo mundo quer o sistema operacional facilitando, e não complicando a vida. Nos EUA, a demanda da AT&T por aparelhos simples, com acesso rápido às redes sociais e facilidade de uso, os chamados quick phones, equivale a 30% dos celulares vendidos. Hoje, 90% deles são vendidos com Brew MP. E, na maioria dos mercados emergentes – e nós estamos nesse balaio – smartphones são muitas vezes apenas sonhos de consumo. A realidade é muito mais cruel: celulares básicos, com câmeras e especificações comuns, mas que pecam quase sempre na skin criada pelo fabricante, normalmente proprietária e cheia de limitações de desenvolvimento.

A ideia de juntar milhões de aparelhos em um só sistema tem seu lado bom: as chances de criar uma comunidade de desenvolvedores é maior. Apesar de não ser open source, o Brew MP tem um SDK amplo, para não limitar os desenvolvedores. Kenagy disse que a comunidade atual de desenvolvedores já conta com alguns geninhos da EA e da Gameloft, mas resta saber se os celulares com o OS aguenta jogos mais complexos.
O aparelho testado, o HTC Smart, já está à venda na Europa e na Índia, por cerca de U$200, desbloqueado. A única limitação imposta pela Qualcomm na inclusão do sistema em aparelhos é a necessidade de conexão 3G: para eles, a internet é essencial para a mistura entre o aparelho e o OS. Aqui no Brasil, a previsão é que aparelhos com o Brew MP cheguem pela Claro, já que a America Móvil anunciou que usará o sistema em seus aparelhos. Mas, segundo Kenagy, as conversas com outras operadoras já estão rolando.
[Brew MP; fotos por Flávio Oota]
Por Leo Martins
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